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"Não nos tornamos iluminados por imaginarmos figuras de luz, mas por nos tornarmos conscientes da escuridão. O segundo procedimento, no entanto, é desagradável e, portanto, impopular." Carl Jung


Aulas Particulares Iniciante/ Intermediário/ Avançado/ Lua Negra/ Interpretação


sábado, 18 de setembro de 2010

Coincidência- D.Chopra


COINCIDÊNCIA
Por Deepak Chopra

A Palavra coincidência seria quase uma conspiração de improbabilidades.

Várias coisas conspiram, ocorrem ou ocorreram ao mesmo tempo.
O próprio incidente tem significado especial para a pessoa.

É freqüente ter uma natureza simbólica; há sempre algo mais profundo do que o próprio incidente. Causa uma emoção intensa por quem passa pela experiência; às vezes transforma totalmente a vida da pessoa.

Se você prestar atenção a essas conspirações, verá que elas são "dicas", são mensagens do mundo e assim poderíamos participar conscientemente da criação de nosso próprio destino.

CONSCIÊNCIA
Uma grande história zen diz que havia dois estudantes observando uma bandeira.
O primeiro dizia: - olha, a bandeira está se movimentando.
O segundo diz: - não, o que está em movimento é o vento.
Chega o professor e eles perguntam: - o que está se movendo é o vento ou a bandeira?
E o professor diz: - nem o vento, nem a bandeira. O que se move é a consciência.

O UNIVERSO NUM PONTO
No nível da realidade quântica, a informação está embebida em energia.
Ao nível quântico tudo é indivisível.
Não há separação entre mim e você porque somos todos parte do vasto universo de informação e energia. Neste exato momento, se pegássemos um pedacinho do espaço quântico aqui entre meus dedos, teríamos o universo inteiro.
Toda a energia e informação está bem aqui, nesse ponto entre meus dedos.
Notícias da televisão estão passando aqui agora, por exemplo.
Você não pode ver apenas porque não tem os instrumentos certos.
Mas está tudo aqui, só que em diversas freqüências.

CÉREBRO
Apenas por um momento, feche os olhos.
Agora pense no seu quarto.
Veja sua cama, as paredes.
Agora abra os olhos.
Você viu seu quarto, claro.
E assim que você viu essa imagem, um feixe de fótons, luz, acendeu em seu cérebro.
Mas antes de pedir que você visse essa imagem, onde ela estava?
Onde está a memória até o momento que decidimos lembrar?
A memória não está no cérebro como tanta gente diz.
As pessoas dizem isso porque se alguém tem um derrame pode perder a memória.
Mas hoje os mais brilhantes cientistas do mundo estão afirmando que a memória não está no cérebro.
O cérebro é apenas um hardware, como um rádio.
Não há prova cientifica de que o cérebro produza pensamentos.
Ele os decodifica.
O que ensinam as grandes escolas espirituais é que o pensamento vem da alma, do verdadeiro eu.
Para além dos olhos da carne e dos olhos da mente estão os olhos da alma.
É aí que temos memória, insights, imaginação, entendimento, intenção, curiosidade, sabedoria, criatividade.
Hoje alguns cientistas começam a descrever esse domínio, que chamaremos de realidade virtual. É aí que estava o pensamento, antes de você tê-lo tido.

REALIDADE VIRTUAL
A realidade virtual é imortal.
E infinitamente correlacionada.
É o software do universo.
Esse nível de realidade é silencioso.
A mente está sempre falando, mas aqui há silencio profundo.
É eterno, porque nunca morrerá porque nunca nasceu, sempre esteve lá.
Não tem energia, mas toda energia vem daí.
Esse nível de realidade não tem tempo, é a criatividade infinita, o potencial infinito. Esse nível de realidade tem um infinito poder de organização.
Esse nível de realidade é a nossa própria alma.

A ORDEM NÃO MANIFESTA
O tempo linear é a forma da natureza não nos deixar experimentar tudo ao mesmo tempo.
Mas há um mundo não manifesto onde tudo - passado, presente e futuro - está contido.
Imagine que está lendo um livro, na página 70, e ele é uma história sobre você. Vai para a página 22 é a história também é sobre você, só que no passado. Na página 130 a história continua sendo sobre você, porem no futuro.
Você é que está lendo essa página agora.
É assim que funciona a realidade.
Volta e meia acessamos esse mundo não manifesto.
Se a informação vem do passado, dizemos: oh, é das vidas passadas;
se vem do futuro, dizemos: - oh, é uma profecia, uma clarividência.
São palavras para descrever o que o poeta Rumi já disse de outra forma:
" O mundo real está atrás das cortinas; na verdade não estamos aqui, esta é a nossa sombra. A experiência do amor não só como sentimento, mas como verdade maior da criação, o êxtase que vem daí, nos trás a memória da ordem submanifesta do ser, de toda a mágica da vida".
Deepak Chopra

sábado, 11 de setembro de 2010




"Você sabe na cabeça, mas você não sabe no coração. Existe uma extraordinária distância da cabeça para o coração: uma distância de dez, vinte, trinta anos ou toda uma encarnação. Você pode saber algo na cabeça por quarenta anos e isto pode nunca ter tocado o seu coração. Somente quando você souber isto no seu coração você ficará realmente consciente disto." - Carl Gustav Jung

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Filme Nosso Lar




FILME NOSSO LAR BATE RECORD DE BILHETERIA

Bilheteria Nosso Lar
"Nosso Lar", filme baseado em best-seller de Chico Xavier, liderou as bilheterias de cinema do Brasil neste final de semana, ao arrecadar R$ 6,1 milhões em ingressos em 443 salas entre sexta e domingo, informou nesta tarde a distribuidora Fox.

Baseado em Chico Xavier, filme espírita estreia como aposta de bilheteria

O número divulgado faz uma estimativa das vendas de domingo e pode mudar até o fechamento final, a ser anunciado entre segunda e terça.

Se confirmado, "Nosso Lar" será a segunda maior abertura para um filme brasileiro desde a retomada do cinema nacional, em 1995, atrás apenas da cinebiografia "Chico Xavier", outro longa de temática espírita, que fez R$ 6,2 milhões em 377 salas em abril.

"Nosso Lar", dirigido por Wagner de Assis e feito com R$ 20 milhões, narra a morte do médico André Luiz e a chegada de seu espírito a uma "colônia", em cenários repletos de efeitos especiais. A trilha sonora é de Philip Glass.

Já "Chico Xavier", dirigido por Daniel Filho e feito com R$ 12 milhões, estreou em 2 de abril, aniversário do centenário de nascimento do médium, e foi visto por mais de 590 mil pessoas em três dias.

Segundo o FilmeB, que reúne dados das distribuidoras no país, "Chico Xavier" é o filme brasileiro mais visto de 2010. Na lista com filmes internacionais, o longa espírita é o sétimo mais visto.

Em terceiro lugar entre as maiores aberturas do cinema nacional desde 1995 está "Se Eu Fosse Você 2", também de Daniel Filho, que estreou em janeiro de 2009 com R$ 5,7 milhões.

05/09/2010 - 19h16
Filmes espíritas lideram recorde de bilheteria no Brasil
Redação 24 Horas News
http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=340837

“Nosso Lar” estreia em primeiro nas bilheterias

“Nosso Lar” ficou no topo do ranking dos filmes mais vistos do último final de semana, atraindo às salas de exibição aproximadamente 580 mil pessoas. Ainda com resultados preliminares – o definitivo será divulgado na 4ª. Feira, a estreia já pode ser considerada a maior abertura de um filme nacional em termos de bilheteria, registrando um total de R$ 6.210.00,00. O longa estreou na última sexta-feira (3/09) em 445 salas.

http://www.bemparana.com.br/index.php?n=156416&t=-nosso-lar-estreia-em-primeiro-nas-bilheterias

O espírita “Nosso Lar” bate recorde de bilheteria

O filme espírita Nosso Lar bateu um bolão no fim de semana: as bilheterias registraram 580 000 espectadores entre sexta-feira e ontem. Em números absolutos, é a segunda melhor estreia do cinema nacional desde 1995 em termos de público. Perde somente para a outra fita espírita, Chico Xavier, que levou 590 000 pessoas aos cinemas em seu fim de semana de estreia, em abril.

Quando se considera apenas a bilheteria, porém, Nosso Lar é o número 1 entre os filmes nacionais dos últimos quinze anos: foram arrecadados 6,2 milhões de reais.

Em números relativos, é uma excelente estreia, mas não se pode esquecer que Nosso Lar está passando em 435 salas. Chico Xavier e Se Eu Fosse Você 2 estrearam respectivamente em 377 e 330 cinemas ( a propósito, Se Eu Fosse Você 2 levou 570 000 espectadores aos cinemas nos primeiros três dias de exibição). Por Lauro Jardim

http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/o-espirita-nosso-lar-bate-recorde-de-bilheteria/



Acerca do Ego:
"É um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registos de nossa memória"
Carl Gustav Jung

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Glândula Pineal







Esse vídeo é do Dr.Sérgio Felipe de Oliveira,onde revela de forma muito clara os estudos e avanços sobre a Pineal.

http://www.youtube.com/watch?v=4walu-hO9fQ&feature=related

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A mente e o Amor




IX. 2. 2. Assim sendo, atentemos nestas três coisas que julgamos
ter descoberto. Não falamos ainda do divino, não falamos ainda de
Deus, Pai e Filho e Espírito Santo, mas desta imagem imperfeita, todavia imagem, ou seja, do homem; ela é olhada de modo mais familiar e talvez mais fácil pela fraqueza da nossa mente.
Ora, quando eu, que me entrego a esta investigação, amo alguma coisa, há três coisas: eu, aquilo que eu amo e o próprio amor. Efetivamente eu não amo o amor se não amar aquele que ama, pois não há amor onde nada é amado. Há, portanto, três coisas: aquele que
ama, aquilo que é amado e o amor. Que acontece se eu apenas me
amar a mim mesmo? Não haverá só duas coisas: aquilo que eu amo
e o amor? Efetivamente aquele que ama e aquilo que é amado são a
mesma coisa, quando alguém se ama a si próprio, assim como, quando
alguém se ama a si mesmo, amar e ser amado é do mesmo modo a
mesma coisa. De fato, refere-se duas vezes a mesma coisa quando se diz: ‘ama-se’, e ‘é amado por si mesmo’. Neste caso, não são coisas
distintas amar e ser amado, como não são distintos o que ama e o que
é amado. Quando na verdade o amor e aquilo que é amado são duas
coisas. Efetivamente, amar-se alguém a si mesmo não é amor, exceto
quando é amado o próprio amor. Pois uma coisa é amar-se a si, outra é
amar o seu amor. De fato, o amor não é amado se não ama já alguma
coisa, porque, onde nada é amado, não existe amor. Por isso, quando
alguém se ama, há duas coisas: o amor e aquilo que é amado; então
aquele que ama e aquilo que é amado são uma só coisa. Daí na parecer consequente que, onde houver amor, se pressuponham três coisas. Retiremos, então, desta reflexão todos os outros elementos, e são muitos, de que o homem é constituído, e para esclarecermos, quanto nesta matéria é possível, aquilo que agora investigamos, tratemos apenas da mente. Ora, quando a mente se ama a si mesma põe em evidência duas coisas: a mente e o amor. Que outra coisa é amar-se senão querer ter-se à disposição para fruir de si? E, ao pretender ser tal qual é, a vontade é igual à mente e o amor igual àquele que ama. E, se o amor é uma substância, não é corpo, mas é espírito, nem a mente é corpo, mas espírito. Nem amor e mente são dois espíritos, mas um único espírito, nem duas essências, mas uma; e, todavia, estes dois, aquele que ama e o amor, ou, se se pretender, o que é amado e o amor, são uma só coisa. E estas duas coisas são ditas numa relação recíproca, pois aquele que ama reporta-se ao amor e o amor àquele que ama; de fato, aquele que ama, ama mediante algum amor, e o amor é pertença de alguém que ama. Ora, mente e espírito não são ditos relativamente, mas apontam para uma essência. Não é porque mente e espírito sejam pertença de um homem que a mente é também espírito. Posto de lado aquilo que o homem é, aquilo que se afirma pela adjunção do corpo, segue-se que, posto de lado o corpo, fica a mente e o espírito. Mas, posto de lado aquele que ama, o amor deixa de existir, e, posto de lado o amor, deixa de existir aquele que ama. Por isso, na medida em que se reportam um ao outro, são duas coisas; mas, pelo fato de serem ditas em relação a si mesmas,
por um lado, cada uma é espírito e ambas em conjunto um só espírito, por outro lado, cada uma é mente e ambas em conjunto uma só mente.
Onde está, então, a Trindade? Concentremo-nos quanto nos é possível
e invoquemos a luz sempiterna, para que ilumine as nossas trevas e
vejamos em nós, quanto nos é permitido, a imagem de Deus 49.

Autosabotagem



Autosabotagem
Quando seu maior problema é você
Chega de fazer gol contra. Se você anda boicotando suas chances de ser feliz, está na hora de driblar esse inimigo interno e mudar o placar.

Quatro anos atrás, Thais Marques do Amaral, 28 anos, trabalhava num banco em São Paulo e tinha um bom salário. Sua função era visitar clientes para vender os serviços da instituição. Participava sempre de reuniões fora do escritório. Mas começou a perceber uma situação que se repetia: bastava agendar encontro com um novo cliente, para arrumar uma desculpa e desmarcar. Um dia, para evitar que isso acontecesse, combinou com o chefe que ele iria junto. “Assim, eu não teria como cancelar”, conta ela. Na data marcada, se viu tomada por um medo inexplicável e desabou numa crise de choro. “Meu chefe me deu força e se ofereceu para dirigir o carro. Para meu alívio, quando chegamos ao escritório do cliente, ele não estava e a reunião não aconteceu”, afirma Thais. Ali ela concluiu que não podia continuar daquele jeito: “Aceitei que eu tinha um problema e precisava resolver”. Muita gente nem percebe, mas, em maior ou menor grau, cai em situações similares de paralisia, em que um ato anula o outro. Por quê?
As causas
As primeiras pistas são levantadas pela psicóloga Heloisa Fleury, coordenadora geral do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. “A questão tem a ver com os recursos que cada pessoa possui para enfrentar as demandas e adversidades da vida”, diz ela. “A mulher com tendência a
autossabotagem acredita que não tem condições de lidar com os desafios. Então, acha que é melhor nem tentar porque o tombo certo será muito doloroso”, explica Heloisa. No fundo, resume a psicóloga, esse cenário interno é vivido geralmente como uma função protetora. “Mas é uma falsa impressão de proteção, como se fosse a fala dos pais dizendo para a criança: ‘Você ainda é pequena, cuidado para não se machucar’.”
Segundo a especialista, a autoestima é um pontochave: quem tem luta pelo que quer e também fica mais à vontade para examinar riscos e limitações, certo de que poderá enfrentá-los. Já quem sofre com uma autoestima baixa torna-se presa fácil do medo e da ansiedade quando precisa encarar mudanças ou uma situação sobre a qual não tem controle. Aí, a pessoa sente-se derrotada de antemão e detona o gatilho da sabotagem. Heloisa cita o exemplo de uma mulher casada às voltas com as dificuldades naturais de um relacionamento de longa duração. “A chegada dos filhos, as inevitáveis mudanças corporais, a necessidade de conciliar inúmeras tarefas, tudo isso significava para ela a ameaça de perda do marido”, explica.
O medo a colocava em vigília: ficava mais atenta ao que ele não fazia, a que horas chegava, como se dirigia a ela. Era uma pesquisa de evidências de que ele iria deixá-la”, observa a psicóloga. “Começou a querer controlar tudo, ficou muito exigente, nada a satisfazia. Até que passou a mandar recadinhos para o marido, tentando mantê-lo sob suas rédeas. Por mais que notasse que isso só fazia irritá-lo e afastá-lo ainda mais, ela não conseguia parar. Aos poucos, o parceiro desistiu de conversar e de batalhar para que ela mudasse e o casamento foi se deteriorando”, diz Heloisa.
Para a maioria de nós, é mais fácil compreender o medo de perder o que amamos. Em alguns casos, porém, o que apavora é a possibilidade do sucesso – pois ele simboliza o novo. “De certa forma, o fracasso é uma situação conhecida e mobiliza afetos que reconfortam, como atenção, pena, cuidados”, explica a psicóloga. Já o sucesso é um terreno desconhecido que cobra envolvimento, traz exposição e responsabilidades, representa uma situação que foge ao controle.” E vem à tona o velho cenário interno: “Será que eu seguro essa onda? Melhor nem tentar”. A pessoa dá mais ouvidos à sua criança interior, que precisa de proteção, e perde a oportunidade de examinar objetivamente suas estratégias para enfrentar o desafio. E assim o círculo vicioso da autossabotagem se instala. A origem dessa dificuldade, segundo Heloisa, em geral está na infância. É um padrão construído na relação com os pais ou cuidadores, quando a criança vai formando suas impressões sobre o mundo, sobre si mesma e seus recursos para lidar com o que virá pela frente.
Autossabotagem: quando seu maior problema é você
Desejo e punição

Para a psicoterapeuta Maura de Albanesi, diretora do Instituto de Terapia Avançada AMO, em São Paulo, a autossabotagem também pode sinalizar um conflito. Quando a pessoa não sabe o que quer, o boicote entra em cena como um mecanismo de defesa ou de punição e está ligado ao baixo amor-próprio. “É uma atitude que mostra a insatisfação com os rumos que a vida está tomando. Há uma sensação de incapacidade de avaliar e projetar o que realmente se deseja”, explica ela. Thais descobriu que era esse o seu caso. Dois dias depois da crise de choro antes de visitar o cliente do banco, ela procurou terapia. Ficou cinco meses de licença médica e fez um balanço da vida.
Vi que não estava feliz no emprego. Era muita pressão, o banco tinha metas que eu não conseguia cumprir e me sentia incompetente por isso. Também constatei que a filosofia da empresa era contra meus princípios, o que gerava um conflito interno”, lembra Thais. Um mês depois que voltou da licença, foi demitida: “Era a senha para que eu reformulasse minha vida. Hoje trabalho numa empresa de treinamento. Tenho outro cargo, meu salário diminuiu, mas não me arrependo. Aquela crise explicitou minha necessidade de transformação. Nada paga a paz de espírito que tenho hoje”.
Os sintomas

O primeiro passo para enfrentar o círculo vicioso do boicote é se dar conta dos sintomas. A autossabotadora costuma penar com comportamentos bem repetitivos.
Listamos abaixo os mais fáceis de identificar:
• Justifica seus erros e coleciona desculpas. Busca aliados para mostrar que tem razão.
• Adia a tomada de providências práticas para superar limitações que percebe em si mesma ou que são apontadas por outras pessoas. Deixa tudo para amanhã.
• É pessimista, não consegue enxergar o lado bom das coisas e contamina as relações.
• Sofre de um conflito interno entre o que deseja fazer e o temor de que não dará certo: “Eu quero muito, mas não consigo”.
• Deixa-se dominar por dúvidas que destroem as chances de tomar iniciativas.
• Não consegue focar e sente dificuldade de estabelecer objetivos e lutar por eles. Ou, então, perde um tempo enorme planejando ações, mas nunca as coloca em prática.
• Acelera na contramão quando cai na balada na véspera de uma atividade superimportante no trabalho; ou fala o tempo todo do ex no encontro com o novo amor.
Autossabotagem: quando seu maior problema é você
As saídas

Além de identificar os sintomas, encarar a autoimagem é uma providência importante, observa a psicanalista Sandra da Luz Inácio, de São Paulo. “A percepção que a pessoa tem de si pode aprisioná-la. Ela aceita esse retrato congelado como um quadro verdadeiro e permanente”, diz a especialista. Nesse contexto, esquecemos que cabe a nós a construção e reconstrução de nossa vida, que ela é um processo. Quando esse fluxo para, essa imagem fixa tende a se expressar com frases prontas. “Aproveite para anotá-las. Elas ampliam a percepção, revelam como você vê a si mesma e a situação – estão ligadas aos comportamentos de autossabotagem”, afirma Sandra.
Outros antídotos contra o problema são apontados pelo educador Luciano Meira, da Franklin Covey, empresa de São Paulo especializada em treinamento para desenvolvimento humano. “Procure avaliar os seus pontos fortes para compensar, pois essa sabotagem funciona como um modo de se autodesvalorizar”, diz ele. Uma forma de fazer essa lição de autoconhecimento é listar as coisas que você já realizou e são motivo de orgulho, demonstram o seu potencial. Luciano aponta também outra estratégia: diante de um desafio, não se coloque um objetivo grandioso. Defina metas menores e vá cumprindo as etapas.“ Pequenas vitórias fazem grande efeito. A pessoa pensa: ‘Se consegui vir até aqui, posso ir mais longe’ ”, diz Luciano. Esse recurso é indicado para o campo profissional, mas também pode ser adaptado ao pessoal. Trace um caminho realista – e fortaleça-se a cada passo.
Como desativar as próprias armadilhas

No campo da Filosofia Clínica, corrente que usa a metodologia filosófica para tratar problemas existenciais, a autosabotagem é chamada de armadilha conceitual. “Trata-se de uma trama de conceitos que aprisionam a pessoa”, explica o criador da Filosofia Clínica, o filósofo Lúcio Packter, de Porto Alegre. Quem cai nessa teia descreve que tem a impressão de estar numa areia movediça. “No consultório, ao ouvir os relatos dessas pessoas notamos expressões como ‘eu nado, nado, e não saio do lugar’, ‘parece que a minha vida anda em círculos’, ‘quando mais eu busco, menos eu encontro’”, exemplifica.
Segundo ele, há inúmeras formas pelas quais uma trama conceitual pode atrapalhar a vida da gente, criando essa sensação de imobilidade.
O paradoxo é que nem sempre elas são nocivas – às vezes, atuam como proteção, cumprindo funções importantes de organização na estrutura do pensamento da pessoa”, afirma Lúcio. “Um homem que tem propensão a sair com várias mulheres pode se recolher, ativando uma “armadilha” que o torna pouco sociável”, exemplifica o filósofo. “Isso vai resultar em certos dissabores mas, por outro lado, garante sua estabilidade familiar com a mulher e os filhos”. Nesse caso, essa atitude foi a forma que conseguiu encontrar para proteger a dinâmica famíliar.
Na abordagem da Filosofia Clínica, o paciente aumenta a consciência sobre suas estruturas de pensamento, descobre como seus conceitos funcionam para ajudar ou atrapalhar sua vida – e assim conseguem superar a sensação de paralisia, revendo seu modo de pensar e agir.
Iracy Paulina


Arttigo da Veja: A cura está no doente.
Entrevista: Paulo de Tarso Lima

Paulo de Tarso Lima, do Hospital Albert Einstein: energia e religião no caminho da cura

Não é habitual ouvir um médico respeitável, de uma instituição de saúde modelar, falar sobre o papel da energia do corpo humano e da religião no caminho para a cura. É justamente o caso do cirurgião Paulo de Tarso Lima, coordenador do Departamento de Medicina Integrativa e Complementar do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A medicina integrativa é uma prática em ascensão. Surgida nos Estados Unidos na década de 1970, une a medicina tradicional oriental, com sua abordagem holísitica, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. A reunião tem revolucionado a busca pela cura de doenças como o câncer. "A ideia não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença", afirma Lima, que estudou a medicina interativa na Universidade do Arizona (EUA) e cursa o primeiro ano da Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é perseguida a partir do estudo da energia humana. O médico é também autor do livro Medicina Integrativa - A Cura pelo Equilíbrio. Na entrevista a seguir, ele explica os fundamentos da medicina integrativa e aposta que a prática vai se espalhar por aqui por razões econômicas - por ora, apenas alguns hospitais e somente cinco universidades brasileiros se dedicam ao assunto.

Afinal, o que é medicina integrativa?

É um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e que começou a ser organizado com mais rigor na década de 1980, quando entrou para as faculdades de medicina. Hoje, existem 44 universidades americanas ligadas à pratica, que traz uma visão mais holística da pessoa no seu todo: corpo, mente e espírito. O que buscamos é oferecer uma assistência com informação e terapias que vão além da medicina convencional para ajudá-la a se conectar com a promoção de saúde. Eu não tenho a menor dúvida de que a medicina convencional é extremamente efetiva em se tratando de doença, mas saúde não é apenas ausência de doença.

Que terapias são essas?

Sistemas tradicionais como a medicina chinesa e indiana nos oferecem uma gama de alternativas, como acupuntura, Reiki, yoga, entre outras, que trabalham a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. A ideia desse movimento não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença. Isso é uma mudança de paradigma, porque a possibilidade de voltar ao estado saudável não é algo dado à pessoa, mas é algo inato a ela.

Qual a explicação para só agora a medicina integrativa despertar interesse de médicos convencionais?

Há duas razões: a demanda dos pacientes e a produção acadêmica, que cresce a uma velocidade muito alta. Se entendemos como as coisas funcionam, sabemos que é seguro.

Qual a situação da prática no Brasil?

Estamos em uma situação de dualidade. Os alinhados à prática muitas vezes não usam a medicina convencional de maneira integrada, e os convencionais não usam a medicina integrativa. Temos no Brasil um movimento diferente dos Estados Unidos, menos acadêmico, mas que vem crescendo graças a uma portaria de 2006 que autorizou procedimentos de acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapias no Sistema Único de Saúde (SUS).

E por que a resistência dos médicos convencionais?

Eu não entendo. Estamos falando de energia e não precisamos ir muito longe para provar que energia corporal existe. A partir do momento que temos uma mitocôndria que produz energia dentro de cada célula, e isso é ensinado no primeiro ano de medicina, não há o que discutir. Temos energia no corpo, e pronto. O curioso é que muitos exames hospitalares rotineiros são baseados em mensuração do campo energético do corpo, como a ressonância magnética, o eletroencefalograma e outros mais sofisticados. Mas se você falar para um neurologista sobre a manipulação da energia do corpo, ele pira.

Por quê?

Porque entramos em um outro ponto da discussão sobre a energia humana, que é a interface com a religião. Estamos vivendo em uma nova fronteira em que se tenta entender essa energia, como ela é produzida, como pode ser manipulada e conduzida. E isso tem um impacto importante na questão da espiritualidade. Por isso, se algum paciente meu acha conforto na religião, se ele se sente bem assim, eu o estimulo a praticá-la.

E como se medem os resultados da medicina integrativa?

Começamos a medir os resultados pelas questões econômicas. A Prefeitura de Campinas, em São Paulo, registrou uma redução substancial de uso de analgésico dentro do SUS ao oferecer terapias ligadas à medicina chinesa focadas na questão ósseo-muscular. Além disso, tem uma série de trabalhos acadêmicos ligados à genética provando que a qualidade de vida produz efeitos na expressão genética da doença. E uma nova fase de trabalho investiga se uma gestante, cujo feto apresenta uma expressão genética de determinada doença, pode ajudar seu bebê se tiver uma gestação muito cuidadosa.

Como isso seria possível?

O homem carrega no seu código genético informações de doenças que podem ser a causa de sua morte. Isso já é provado. Só que você pode ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la, ou tê-la precocemente. Isso vai depender da qualidade da sua vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas são fatores muito importantes ligados à qualidade de vida e que vão provocar um impacto no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças já estabelecidas e àquelas que estão programadas para acontecer. O Prêmio Nobel do ano passado de Medicina (dividido entre os pesquisadores Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak) mostra que, se há uma importante mudança nutricional e de práticas contemplativas, há uma diminuição da expressão de câncer de próstata em determinados grupos de homens.

As pessoas, em geral, estão mais abertas para as práticas alternativas?

No Brasil, entre 45% e 80% dos pacientes diagnosticadas com câncer utilizam algum tipo terapia "alternativa" em conjunto com o tratamento. Nos Estados Unidos, 13% das crianças e 55% dos adultos saudáveis utilizam tais práticas.

O senhor acredita que essa corrente ganhará espaço no futuro?

Acredito. Não por razões humanitárias, mas por uma questão econômica. Afinal, a forma como a medicina é praticada atualmente implica altos custos. Não posso prever, porém, quanto tempo isso vai demorar, porque o convencimento dos profissionais a respeito do assunto exigirá um longo trabalho.