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"Não nos tornamos iluminados por imaginarmos figuras de luz, mas por nos tornarmos conscientes da escuridão. O segundo procedimento, no entanto, é desagradável e, portanto, impopular." Carl Jung


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terça-feira, 19 de abril de 2011

Território Desconhecido



Albert Einstein, o gênio da física, marcou a sua passagem entre nós com uma célebre frase sobre o futuro da religião. Disse ele na ocasião: "A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando dogmas e teologia".

Certo, mas o que tem a ver o título deste texto com a histórica frase de Einstein? Muito simples: o famoso cientista tinha uma visão privilegiada da vida e o princípio da relatividade, criado por ele, reflete a essência de uma teoria baseada na sua percepção interdimensional, pela qual religião e ciência transcendem a conceitos criados, adaptados ou manipulados pelo homem.

Os dogmas religiosos, na verdade, tentam explicar a dor e o sofrimento humano a partir das imperfeições do eu inferior. A purificação espiritual, portanto, seria, segundo as religiões, o passaporte de entrada para o paraíso celeste.

Tais crenças que oscilam entre conceitos do bem e do mal como afirmação de fé religiosa, entram em conflito com o perfil materialista da ciência, que aplica em suas comprovações teóricas o teste de São Tomé: ver para crer.

No entanto, tanto a ciência quanto os dogmas religiosos não explicam a causa das doenças, mas usam o sofrimento como motivo de expiação de pecados ou como motivo para tratamento à base de medicação química.

Existe um vazio não devidamente explicado pela religião ou pela ciência. Espaço que começa no sofrimento ou dor e termina na morte. Esse "território desconhecido" da natureza humana chama-se alienação.

A alienação (desinteresse, desinformação) vincula-se intrinsecamente ao egocentrismo (o eu como centro da vida), fazendo da doença - do pecado e do tratamento químico - a vedete da experiência vital.

Einstein, ao proferir aquela frase, expandiu o conceito de ciência e religiosidade, elevando o seu significado além das mazelas da vida que nos prendem à sintonia da doença, do sofrimento e da dor.

O amor, sentimento nobre - e eterno desconhecido - independe de dogmas religiosos ou de descobertas científicas para se materializar a partir da concepção do ser inteligente inserido na mecânica da vida. No entanto, o homem, por desconhecimento e egocentrismo, tende a individualizar a sua existência a partir de si mesmo, ou seja, de um ponto isolado do contexto cósmico.

A religião e a ciência, tentam, desesperadamente, unir esse "ponto isolado" ao "resto", mas perdem-se nos labirintos que prendem o indivíduo à sintonia da dor e sofrimento. E o homem investiga e trata do "efeito" sem conhecer a causa de seu infortúnio.

No aparente caos do universo, reina a harmonia e sincronia de leis que estabelecem o equilíbrio natural das coisas. Esse equilíbrio pode ser chamado de "Deus" ou "Fonte Universal". Um Deus impessoal como referiu-se Einstein, e responsável pelas leis que regem a vida no aparente caos cósmico onde o fim é apenas um recomeço.

Num futuro próximo, a libertação da sintonia da doença e suas conseqüências no processo vital, exigirá do homem o desprendimento de seu egocentrismo. Liberto das amarras do eu e ciente das causas de seu sofrimento físico e psíquico, ele processará a cura de seus males a partir de si mesmo.

Ao transcender a adoração de um Deus pessoal vinculado a dogmas e símbolos religiosos, o homem perceberá a interdimensionalidade de sua natureza intimamente ligada às leis que regem o Todo.

Quando essa transformação interior ocorrer, ele perderá o medo de desbravar o desconhecido e encontrará em si próprio e no outrem a razão da unicidade da vida e do viver.

Preenchido o "vazio, o nada" entre a doença, o sofrimento e a morte, o homem compreenderá a importância de sua existência e assimilará, perfeitamente, a frase proferida por Albert Einstein e pela mensagem de Chico Xavier no século 20 depois de Cristo: "Lembremo-nos que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter. O espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de engrandecer-se por dentro".

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