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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Própolis Vermelha



Própolis vermelha pode eliminar células leucêmicas

Estudo pode contribuir para a criação de medicamentos no futuro, mas caminho é longo






Desde 1995, o professor Yong Park, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, tem dedicado especial atenção às propriedades da própolis brasileira. Durante esse período, pesquisas conduzidas por ele e sua equipe classificaram 12 grupos dessa substância natural e constataram que ela possui atividades antimicrobianas, anticancerígenas e anti-HIV, para ficar em apenas três exemplos.

Mais recentemente, estudo coordenado por Park classificou um 13º grupo, constituído pela chamada própolis vermelha, que ocorre somente no Nordeste. Ensaios in vitro desenvolvidos nos laboratórios da FEA em colaboração com a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) comprovaram que este último é capaz de induzir a apoptose (morte programada) em células leucêmicas humanas. O resultado do trabalho abre perspectiva para futuros ensaios pré-clínicos.

Embora relevante, a pesquisa coordenada por Park ainda está longe de propiciar o desenvolvimento de uma droga para combater a leucemia, como adverte o farmacêutico Gilberto Carlos Franchi Júnior, integrante da equipe. De acordo com Franchi, ainda é preciso cumprir um longo caminho até chegar a esse objetivo.

— O desafio é identificar e isolar a substância que tem o efeito citotóxico. Depois, é preciso fazer os testes pré-clínicos e clínicos. Por enquanto, o que nós fizemos foi constatar a atividade da substância no combate às células leucêmicas e comprovar que a ação da própolis vermelha é maior do que a da própolis verde, que é a mais comum no Brasil — explica o pesquisador.

Os cientistas coletaram a própolis vermelha em colmeias localizadas nas proximidades da costa e de rios nordestinos. Conforme o professor Park, foi observado que as abelhas coletavam o exsudato vermelho (substância resinosa) da superfície da planta Dalbergia ecastophyllum, conhecida popularmente como rabo-de-bugio. Tanto a própolis quanto o exsudato foram analisados e ambos apresentaram similaridade entre seus componentes químicos. Em seguida, os extratos etanólicos das própolis vermelha e verde foram testados, in vitro, em células leucêmicas humanas. Ambos demonstraram capacidade de eliminar as células leucêmicas, mas a própolis vermelha apresentou um efeito mais eficaz.

O resultado do trabalho foi publicado no periódico científico Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine (eCAM) e provocou grande interesse por parte dos pesquisadores da área. Uma das consequências dessa repercussão foi o contato do site Global Medical Discovery Series, que selecionou o mesmo artigo para ser publicado na sua próxima edição. O portal dedica-se especialmente à divulgação de estudos científicos que podem contribuir para o desenvolvimento de futuros medicamentos.

BEM-ESTAR

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