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"Não nos tornamos iluminados por imaginarmos figuras de luz, mas por nos tornarmos conscientes da escuridão. O segundo procedimento, no entanto, é desagradável e, portanto, impopular." Carl Jung
Aulas Particulares Iniciante/ Intermediário/ Avançado/ Lua Negra/ Interpretação
sábado, 15 de janeiro de 2011
O que é possível Curar?
O que é possível curar
Sirvo-me, mais uma vez, da feliz expressão de Herculano Pires para iniciar este item: "A cura espírita - diz ele - não se efetua, por mais dedicados que sejamos ao Espiritismo, por mais abnegados no tocante ao próximo, se a doença ou deficiência que sofrermos for em si mesma o remédio de que de fato precisamos". Curas acontecem ou não acontecem. Isso nem sempre depende de quem está entre o paciente e os espíritos. A doença não é um mal em si; sua função, muitas vezes, é de fazer progredir as pessoas. Quando essa função é mais importante, a doença não tem cura; pode ter alívio, mas não solução final. Esta só acontecerá em momento que desconhecemos.
Isso importa em dizer que a cura não depende exclusivamente da vontade do intermediário, seja ele médium ou não. Em não poucas ocasiões, dirigentes espíritas diversos têm se desestimulado em seus trabalhos curativos pela falta de resultados aparentemente positivos; esquecem-se que no campo da cura, a persistência, aliada ao estudo e à boa vontade, são fatores decisivos. À falta da persistência, todo um trabalho promissor pode ruir.
Assim como certas querelas, mal interpretadas e pior ainda assimiladas podem levar a casa espírita à ruína, também a não assimilação da falta de melhores resultados em certos períodos, principalmente nos iniciais, das atividades curativas podem servir para desistência dos praticantes, o que será certamente prejudicial.
Outro detalhe que precisa ser estudado diz respeito ao lugar comum que se tornou falar do chamado "merecimento". Aqui e ali se diz, quando alguém alcança uma cura, que fulano "mereceu". Quando não, alega-se que não teve esse "merecimento". E fica a situação colocada em termos simplórios e mal esclarecidos. Muitas vezes a pessoa é curada não por possuir dotes de virtude, mas exatamente por causa do seu orgulho: a cura vem então como forma de fazê-lo ver que a sua deficiência moral precisa ser eliminada. Outras vezes, não obter a cura é sinal de verdadeiro merecimento: a doença prolongada vai levar o indivíduo inevitavelmente ao processo de eliminação de seus compromissos passados. Colocadas as coisas desta forma, como se vê, o merecimento encontra outra interpretação lógica.
Há dois tipos de indivíduos cujo comportamento traz muitos prejuízos ao Espiritismo: o fanático e o preconceituoso. O primeiro, porque se liga definitivamente a certas questões, tomando-as como as verdadeiras e únicas e impossibilitando-se de compreender a situação com amplitude. O fanático é um convencido. Ninguém o modifica. O segundo assume posições tais diante das circunstâncias que, por incompreensão, dispensa tudo aquilo que não faz parte de seu mundo.
Quando o preconceito é prejudicial
No campo doutrinário, deparamos com ambos, o fanático e o preconceituoso. E o campo das curas é pródigo de sua presença. Alguns dirigentes têm para com as curas uma visão deformada, anticientífica, de condenação de seu uso. E para isso, arrolam diversos argumentos, todos eles facilmente destrutíveis. Assim como em relação a outros tipos de mediunidade, dizem, por exemplo, que o Espiritismo é doutrina de conhecimento e não de proselitismo, de fantasias. Outras vezes, afirmam que as curas são ocasiões apenas para demonstrações, que elas não trazem nada de prático para a doutrina.
Condenam, portanto, os médiuns e todos aqueles que estão ligados às atividades curativas, como se os médiuns fossem passíveis de condenação simplesmente por serem portadores da mediunidade de cura. Em sua visão curta, alegam que todos os médiuns de cura se desviam moralmente e, para isso, apontam os exemplos do passado. Gostariam de encontrar médiuns perfeitos, mas como sabem que isso é impossível, tentam destruir a validade da mediunidade.
Alguns, por idiossincrasia, admitem a existência dos médiuns de cura, mas tentam circunscrevê-los às quatro paredes silenciosas de uma organização. Para estes, só têm valor os médiuns que trabalham no anonimato completo ou que se submetem ao controle de certos métodos, que utilizam para escondê-lo e não raro moldá-lo a seus interesses. Como não podem compreender verdadeiramente o médium e a mediunidade, em seus diversos aspectos, porque não raro estes médiuns se mostram independentes e fogem a qualquer limitação de seu exercício, preferem portanto condená-los.
Finalmente, há os que temem as conseqüências legais do exercício da medicina curativa no centro espírita e, dessa forma, se postam na periferia desses conhecimentos, substituindo a sua ausência por outros interesses e justificativas. Tudo isso, porém, não deve causar surpresa nem espanto. Há pessoas que não conseguem ver o Espiritismo senão pela ótica acanhada das quatro paredes a que se confinam a vida inteira.
Conclusão
A visão moderna das curas segundo o Espiritismo, como se observa, é a visão de Kardec e dos que, tendo estudado a Doutrina, compreendem que as informações que ela oferece carecem de estudo paciente, constante e continuado, e de uma prática condizente com suas teorias renovadoras e reformadoras. A doutrina teve ainda muito pouco tempo para ser praticada em sua profundidade verdadeira. Ela carece de muitos séculos mais. Portanto, dizê-la moderna é entendê-la em seus postulados gerais e saber que ela, para ser superada, precisará da evolução dos homens que habitam nosso planeta.
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